quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Layllismo


Atendendo a pedidos e ainda fazendo valer a primeira lei deste blog, cá estou eu atualizando-o mais uma vez. Apesar de já ter-se passado mais de uma semana da última atualização, estava eu, nesse entretempo, sempre esboçando textos e pesquisando de maneira mais aprofundada algumas outras coisas. Em breve eu poderei compartilhar aqui tais pesquisas e suas curiosidades, se for o caso. Assim justifico minha rápida ausência, pois ela se deu por uma justa causa.

Aproveito portanto a oportunidade para falar um pouco sobre uma corrente ideológica e filosófica relativamente nova que, até então, só alguns privilegiados a conhecem. Embora haja um tom lúdico e ainda tenha certas bases epistemológicas ainda não muito bem especificadas e claras para mim, essa corrente, vamos assim dizer, está dia a dia colecionando novos adeptos. Muitos são os desejosos em conhecer e saber mais sobre tais pensamentos, embora fique evidente desde o início seu hermetismo e sua complexidade em assimilá-los. Seria difícil, laborioso e debalde tentar aqui de súbito esboçar efêmera e inconsistente definição. Mas mesmo assim eu farei e ainda hei de deixar aos iminentes textos a árdua incumbência de fazer de modo mais bem feito e apropriado.

Para que o foco desta mensagem seja válido, terei de cometer o disparate de conjecturar uma definição podendo cair em falso juízo. Penso que seria chato, depois de você ter lido tudo isso, ficar na expectativa de querer saber ao certo do que se trata. Então, de maneira bastante geral e concisa, vou tentar explicar somente um ponto da grandiosa questão.

O Layllismo, como está sendo conhecido, é uma espécie de doutrina, isto é, consiste em um conjunto de idéias (sejam estas sociais, políticas, econômicas etc. etc.), cuja precursora foi nossa ilustríssima colega historiadora Laylla Nayanne. Pode-se dizer que o pensamento layllista se apóia, numa certa medida, em tradições já muito bem desenvolvidas. Ultrapassou as passageiras idéias de muitos de nossos contemporâneos e, porquanto, é, de certo modo, um afastamento radical das correntes que estão hoje em voga que tendem a desaparecer com a mesma rapidez que surgiram. O layllismo, ao contrário, demonstra-se ser bem coerente. Em outras palavras, o layllismo vem de Laylla. E Laylla vem do árabe e quer dizer formosa, bela, bonita. Logo, não há de se ter algo melhor para justificar o nome dessa magnânima corrente consciencial... kkk

Só você mesmo, Laylla!! :)



domingo, 21 de outubro de 2007

Sala exclusiva

Senador ganha sala de aula só para ele e sua mulher

A Faculdade Alves Faria (Alfa), em Goiânia, montou uma turma especial no curso de Direito com apenas dois alunos: o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) e sua mulher, Valéria Perillo. O Ministério Público Federal em Goiás decidiu contestar e ajuizou Ação Civil Pública contra a escola e os alunos, por concessão de tratamento desigual a agente político.

De acordo com a procuradora da República Mariane Guimarães de Mello Oliveira, a faculdade organizou sua estrutura física e seus professores, com sala de aula exclusiva, apartada do convívio com os demais estudantes. A nova turma tem horários de aula especiais, exclusivamente às segundas, sextas e sábados pela manhã, para atender o senador e sua mulher, o que seria uma forma de privilégio no acesso às aulas.

A direção da escola justificou perante o MP o privilégio concedido ao casal vip de alunos: "É público e notório que os alunos noticiados tratam-se do ex-governador do Estado de Goiás e atual Senador da República e da ex-primeira dama, os quais, pessoas públicas que são, se estivessem em sala de aula com os demais alunos, seriam assediados pelo carisma e admiração que lhes são peculiares, o que naturalmente poderia refletir no bom andamento das aulas."

Para o MPF, se a moda pega "seria necessário providenciar salas de aula especiais também para atores, jornalistas, esportistas, modelos, apresentadores de programas de auditório etc".

Sustenta ainda a procuradora, "que o tratamento especial dispensado a Marconi Perillo deu-se em razão de sua função pública", e todavia a ordem jurídica pátria não prevê a instalação de salas de aula especiais para senadores da República ou ex-governadores, e muito menos para esposas ou familiares deles".

De acordo com a ação, o fato viola os princípios da isonomia e da generalidade na prestação de serviços públicos, configura tratamento seletivo e privilegiado sem previsão constitucional ou legal e viola as diretrizes e bases da educação nacional, previstas na Constituição da República e na Lei 9.394/96.

No pedido de liminar, o Ministério Público requer que a Alfa encerre imediatamente a turma especial do curso de Direito, transferindo senador e mulher para salas de aula comuns. Alternativamente, pede que a faculdade providencie a abertura da turma especial para os demais alunos, de forma a completar o número de estudantes usualmente admitidos em uma sala de aula normal.

Além disso, o MPF pede que Marconi e Valéria Perillo sejam condenados a pagar indenização calculada com base no custo de manutenção da sala de aula especial, “durante o período em que foi mantida às custas das mensalidades pagas pelos demais estudantes”. O valor deve ser revertido a esses alunos. A ação (clique aqui para ler) foi distribuída para a 9ª Vara Federal de Goiânia.

(Fonte: http://conjur.estadao.com.br/static/text/60557,1)

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Pois é... seria de extrema importância que nosso ilustríssimo ex-governador tivesse tempo de ao menos ter aprendido algo sobre Direito Constitucional. Quem sabe ele não largaria o curso por conta própria... não é? Isso que eu chamo de brasilidade!!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Crianças-adultas e Adultos-infantis


Hoje, 12 de outubro, é comemorado o Dia das Crianças (como também o Dia da Nossa Senhora Aparecida, Dia do Mar, Dia do Basquete e ainda o Dia do Descobrimento da América). Percebo que as crianças começam bem cedo, se não a ser, a aparentarem ser adultas. As novas tecnologias também estão a mudar drasticamente o modo de vida no universo infantil. A questão fundamental aqui é se perguntar se nossas crianças estão a virar adultas precocemente, ou seja, antes da hora entendida como mais certa ou saudável. Se é que ainda exista a concepção de infância em contraposição à fase que se chama de adulta.

É fato que a criança procura sempre imitar os adultos (sejam as coisas “boas” ou “más”), neste caso as pessoas mais próximas (os pais, os professores, por exemplo), para aprender a como se comportar e agir. Entretanto, como sabemos, os pais devido à excessiva carga de trabalho estão ficando cada vez menos com seus filhos, logo o referencial dessas crianças está a mudar. Este aspecto da educação infantil está agora a cargo de outros referenciais e meios...

Talvez o mais triste seja que a maioria desses pais, se as oportunidades assim os permitissem, sequer estariam preparados para passar tanto tempo ao lado dos filhos. De qualquer maneira, eles a fim de suprir sua ausência dão presentes como uma forma de compensação. Isso é muito mais complicado nas camadas mais carentes em que já não se tem dinheiro suficiente para a alimentação e muito menos para dar presentes. Percebe-se que é uma tarefa penosa deixar de atender a um pedido de um filho. Muitos pais não conseguem dizer um não.

Então, dessa maneira, essas crianças poderão crescer imaginando que as coisas são fáceis e sempre estarão a seu dispor quando assim as desejarem. Aí vêm aquelas análises que são bastante conhecidas  pois elas poderão se tornar adultos inseguros frente às adversidades que a vida poderá lhes impor etc., etc.. Note que as pessoas que não conseguiram ser o que desejavam em sua vida tendem a projetar esse desejo em seus filhos. Um lutador fracassado será um espectador empolgado.

O pião, o cabo-de-guerra, o dominó, a amarelinha, a queimada, cabra-cega, dama, xadrez, pipa, peteca, pega-pega, esconde-esconde, queda-de-braço, lego, ioiô, canções de roda, andar de bicicleta, quebra-cabeça, estilingue, boneca, carrinho, cama-de-gato e tantas outras brincadeiras foram substituídas pelo computador, o celular e a televisão. Devemos parar e pensar não na possibilidade de voltar a fazer o caminho inverso (do computador às brincadeiras antigas), mas na possibilidade de melhor lidar com os atuais recursos que estão à nossa volta. Veja que a mídia é soberana em nos mostrar que vivemos em um tempo de crianças adultas e de adultos infantis em que os pais se vestem como os filhos e filhos como os pais.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Eu nem sinto meus pés no chão


Ando meio desligado, eu nem sinto meus pés no chão... Sim, é como diz aquela velha música que o Pato Fu também canta por aí. A Fernanda Takai e o John devem viajar legal na composição das músicas. Eles certamente andavam muitíssimo desligados quando compuseram certas canções, se brincar bem mais desligados que eu. Lembro de algumas músicas deles, por exemplo, "A Necrofilia da Arte" e “Made in Japan”. É um povo doido, no bom sentido.

Acontece que ultimamente estou focalizando em coisas tão miúdas que acabo esquecendo de olhar o todo. É o que dizem. Às vezes, ou melhor, quase sempre nem percebo alguém passar ao meu redor quando estou conversando com uma pessoa. Tá... pode parecer estranho, mas talvez a conversa está tão animada que a gente nem vê o tempo passar, que dirá então uma pessoa, não é?

Bom, não se aborreça com a minha falta de atenção ou de memória. O chato é que sempre que começo a fazer um curso de memorização pra ver se melhoro um pouco, sempre, sem brincadeira, acabo esquecendo de continuar o curso até o final. Se você passar por mim e eu não disser nada, não hesite em gritar bem alto meu nome. Pode acontecer que nem escute também, “mas por favor, não me leve a mal”...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Cerveja Weihenstephaner


Aconteceu aqui em Goiânia o 2º Festival Gastronômico Cultural Alemão, com um clima de “Oktoberfest do Cerrado”. Foi uma realização da embaixada da Alemanha, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e a Câmara de Indústria e Comércio Brasil–Alemanha. Houve várias apresentações de grupos folclóricos e bandas, inclusive alguns genuinamente alemães (Die-Lumpen  “Os salafrários”, em bom português  de Munique, por exemplo). E, o que não poderia faltar nesse tipo de evento, cervejas importadas fizeram parte também das festividades, assim como aqueles salsichões.
Ontem tive o privilégio de experimentar a cerveja alemã Weihenstephaner Hefeweissbier, cujo nome mais parece um palavrão, porém de gosto colossalmente formidável. Para você ter uma vaga idéia do que eu estou falando, pense, por exemplo, no gosto de uma Heineken ou de uma Bohemia (estas cervejas são consideradas por muitos as melhores). Multiplique esse sabor por 10 vezes, ou até 20 mesmo. É uma bebida digna de ser apreciada. Com um gosto agradável e suave ela deixa sem dúvida para trás todas as outras cervejas que você já tomou na vida.
Esta cerveja é de trigo. É... pode parecer estranho, mas não perca qualquer chance de degustá-la, se um dia tiver, é claro, semelhante oportunidade. Embora o preço seja um tanto salgado, qualquer que seja o valor a ser gasto far-se-á compensatório, pois vale a pena mesmo gastar um pouco mais para bebê-la. Bom, e essas cervejas do tipo Weiss (não filtradas, com maltes de cevada e trigo e ainda elas contêm menos lúpulo, quando comparada com a maioria das Pilsen) possuem um ritual diferente para sua degustação.
Um dos charmes desta bebida é justamente seu ritual de consumo. Inicialmente deve-se despejar a cerveja lentamente em um copo inclinado, evitando que forme espuma, deixando um pouco de cerveja na garrafa (a levedura por ser mais densa vai ficar embaixo). Deve-se então agitar a garrafa em movimentos circulares para que a levedura, depositada no fundo, seja misturada com a cerveja e forme uma espuma cremosa que deverá ser juntada à cerveja no copo.
“O copo é outro diferencial da cerveja de trigo. Com um formato mais alongado, sua parte superior é mais bojuda do que os copos comuns para evidenciar a espuma densa. Ela protege a temperatura e mantém o sabor e o aroma da cerveja. Detalhe: a tradição alemã diz que o brinde deve ser feito com a parte inferior do copo.”
“Weihenstephaner é feita pela mais antiga cervejaria do mundo, em atividade desde 1040, na Alemanha fundada por monges beneditinos, esta tradicional cervejaria localiza-se no topo da colina Weihenstephan, na cidade Bávara de Freising.” Olha só que absurdo! Esta também é uma das cervejas mais antigas (e gostosas). Os alemães no quesito cerveja merecem certo crédito né... Enfim, acho que esta rápida descrição já foi o suficiente para fazermos um brinde. Vai uma aí?

sábado, 6 de outubro de 2007

Opinii estas humane

Por diskuti ian temon ne necesas ĝin koni profunde, necesas nur havi difinitajn vidpunktojn kaj bonajn argumentojn por ilin defendi.

Sendube, estas temoj kiuj bezonas kelkan teknikan konon kaj kelkan sperton pri ia fako sur kiu la debato troviĝas. Sed, ĝenerale, la spertoj pri vivo povas igi saĝajn opiniojn. Havi ĝeneralan kulturon, scivolante aliajn fokusojn de nia atento, ankaŭ havigas la saĝecon al opinioj.

Observu ni, ekzemple, la laboron de arkitekto. Ĉe la projekto de unu domo, li uzis sian tutan sperton aranĝita en Universitato. Tamen, persono kiu ne diplomiĝis pri arkitekturo, sed havas bonan estetikan juĝokapablon, povas bone havi logikan kaj utilan opiniojn rilate projekton.

En tiun sencon eniras la aspekto pri ĝenerala kulturo. Por havi difinitajn vidpunktojn, oni devas havi ampleksan vidpunkton de l' mondo, aranĝita kun la kulturo. Ne temas pri la Universitata kulturo el libroj, sed tio kion oni havas el la observado de la vivo, kaj estas la plej grava por la postvivo. Unu sperta persono ĉiam konas iomete pri ĉiu temo, kvankam apenaŭ je formo pli ampleksa.

Kaj, poste diri siajn vidpunktojn, ebligante komencon de debato, oni havigas oportunojn por lerni novajn aferojn, pligrandigante tiamaniere siajn konojn.

(Esperantigo de Allex)