quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Italianos corteses? Aham sei...

Estava lendo isso na internet e achei tão interessante que eu não poderia deixar de mostrar para vocês. Até arrisquei essa tradução. Olha só que italiano sacana:

Marianel:
Mamma mia! Questo porto è enorme, non riuscirò mai a trovare Luigi! Forse è meglio domandare a qualcuno. Vediamo in quella trattoria, così mangio anche qualcosa, è quasi ora di pranzo!
Mamma mia! Este porto é enorme, não conseguirei nunca achar o Luigi! Talvez é melhor perguntar a alguém. Vamos àquela trattoria [típico restaurante italiano], dessa maneira também como qualquer coisa, é quase hora do almoço!

Marianel: Buongiorno, c'è un tavolo libero?
Bom dia, há uma mesa livre?

Cameriere: Beh, veramente siamo pieni. In quanti siete?
Beh, de fato estamos cheios. Quantos vocês são?

Marianel: Da sola!
Estou sozinha!

Cameriere: In questo caso... guardi, c'è quel tavolo lì, dove è seduto quel signore. Se non le dispiace di dividere il tavolo con lui, può mangiare allo stesso tavolo
Neste caso... aguarde, há uma mesa ali, onde está aquele senhor. Se não se importar em dividir a mesa com ele, poderá comer na mesma mesa.

Marianel: Per me va bene, tanto voglio mangiare qualcosa e andare via, ma per il signore?
Por mim tudo bem, estou com tanta vontade de comer alguma coisa e ir embora, mas e o senhor?

Cameriere: Ah per lui non c'è problema, non si preoccupi, è un nostro vecchio cliente! Venga signorina!
Ah por ele não há problema, não se preocupe, é um velho cliente nosso! Venha senhorita!

Cameriere: Gigi, ti dispiace dividere il tavolo con la signorina?
Gigi, incomoda-te em dividir a mesa com a senhorita?

Gigi (o sacana): Ma con molto piacere! Prego, si sieda!
Mas com muito prazer! Pronto, sente! [Olha só a cordialidade do homem italiano!]

Marianel: Grazie
Obrigada

Cameriere: Che cosa le posso portare signorina?
Que coisa te posso servir, senhorita?

Marianel: Mah... non so
Ora... não sei.

Gigi: Posso consigliarla io? Permette? Sa, ormai conosco questo ristorante da una vita!
Posso te aconselhá-la? Permita-me? Sabe, conheço este restaurante a minha vida toda! [Olha o cara se intrometendo...]

Marianel: Beh, sì, grazie
Sim, obridada.

Gigi: Bene, lei non mi pare di Genova...
Bom, você não me aparece ser de Gênova... [Já começou a investir J]

Marianel: No, sono straniera
Não, sou estrangeira.

Gigi: Ah sì? Allora le suggerisco un piatto di trenette al pesto, le conosce?
Ah sim? Então te sugiro um prato de trenette [típica pasta italiana] ao molho, você conhece?

Marianel: Beh, il pesto sì! Le trenette... veramente no!
O molho sim! O trenette... não!

Gigi: Ah, e allora deve provarle, le trenette sono un tipo di pasta tipico di Genova
Ah, e então deve provar, o trenette é um tipo de pasta típica de Gênova.

Cameriere: E per secondo?
E a sobremesa [segundo?] ?

Marianel: Uhm, il secondo non mi va, forse un contorno. Che cosa avete di contorno?
Hmm, a sobremesa, não sei, talvez um acompanhamento. Que coisa vocês têm de acompanhamento?

Cameriere: Dunque, verdure di stagione alla griglia, melanzane al forno, fagiolini al vapore, patate arrosto, oppure un'insalata mista
Então, verdura da estação grelhada, berinjela ao forno, feijão verde ao vapor, batata assada, ou uma salada mista.

Marianel: Mhm, che cosa sono le "verdure di stagione alla griglia"?
Hmm, que coisa é a “verdura da estação grelhada”?

Cameriere: Beh, sono peperoni, melanzane, zucchine, cipolle...
Bom, são pepinos, feijões, abobrinha, cebolas...

Marianel: Va bene, allora prendo le verdure alla griglia
Tá bem, então eu pego a verdura grelhada.

Cameriere: Da bere, acqua... vino?
Pra beber, água... vinho?

Marianel: Mhm... acqua...
Hmm... água

Gigi: Beh, signorina, se permette, le offro un bicchiere di Pigato è un vino tipico di questa regione
Bom, senhorita, se permite, ofereço um cálice de Pigato, é um vinho típico desta região. [Agora o cara vai tentar deixar a “estrangeira” bêbada...]

Marianel: Mhm, non so, di solito non bevo vino a pranzo
Hmm..., não sei, não tenho costume de dever vinho no almoço.

Gigi: Beh, ma non può visitare Genova senza bere un goccio di Pigato, via!
Bom, mas não pode visitar Gênova sem beber um gole de Pigato, vamos! [Esse argumento é forte, hein? Só mais um pouco ela vai aceitar...]

Marianel: Sì, ma dopo devo camminare
Sim, mas depois tenho que caminhar.

Gigi: Ma un bicchiere di vino non ha mai fatto male a nessuno!
Mas um cálice de vinho não fará mal a ninguém! [Seria indelicado neste momento ela não aceitar...afinal, não faz mal mesmo só um cálice]

Marianel: Va bene, allora, grazie!
Tá bem, então, obrigada! [Ele conseguiu J]

Gigi: Si figuri! Allora, Claudio porta due bicchieri di Pigato, uno anche per me!
Com prazer! Então, Cláudio pegue dois cálices de Pigato, um pra mim também!

Cameriere: Arrivano subito!
Voltamos logo!

Gigi: Scusi la curiosità, lei è a Genova per una visita?
Descupe a curiosidade, você veio a Gênova para visita? [Olha só que cara de pau! Depois o povo vem dizer que os italianos são românticos e tal...]

Marianel: Non esattamente, mi piacerebbe visitarla, ma non ho molto tempo, credo che ripartirò stasera
Não exatamente, eu gostaria de visitá-la, mas não há muito tempo, creio que partirei hoje à tarde.

Gigi: Ah peccato! Genova è una città molto interessante, un po' diversa dalle città turistiche italiane. Conosce "Genova per noi"? La canzone di Paolo Conte? Ecco, Genova è proprio come la descrive Paolo Conte!
Ah que pecado! Gênova é uma cidade muito interessante, um pouco diferente das cidades turísticas italianas. Conhece “Gênova por nós”? A canção de Paolo Conte? Eis, Gênova é próprio como Paolo Conte descreve! [Já jogou um verde. Está disposto a andar pela cidade com ela...]

Marianel: Mhm... no, non la conosco e poi non ho molto tempo, mi piacerebbe visitare anche Venezia
Hmm, não, não a conheço e não há muito tempo, gostaria de visitar também Veneza.

Gigi: Capisco! Ah ecco le sue trenette e i due bicchieri di Pigato
Entendo! Ah eis seu trenette e os dois cálices de Pigato! [Que droga hein... Tava esquentando as coisas...]

Cameriere: Ecco qui la pasta per la signorina e il vino per Gigi
Eis aqui a pasta para a senhorita e o vinho para o Gigi.

Gigi: Allora, alla salute!
Então, à saúde! [Mas ainda tem o vinho pra fazê-la desistir de ir embora!!]

Marianel: Grazie, alla sua!
Obrigada, à sua!

Dia R - Dia do Retorno ao Coreto?


Não se constrói um prédio em um dia, muito menos uma Universidade. É ingenuidade nossa achar que as coisas irão mudar da água para o vinho, assim como se muda de roupa ou de canal. Se quisermos ver crescer algo duradouro, temos primeiramente que elaborar um bom projeto a começar do fundamento ou base, isto é, no caso da Universidade, do que diz respeito aos alunos. Estes são também os edificadores e construtores de uma Universidade de qualidade. Que adianta órgãos representativos como o DCE, DA e CA se não há comprometimento e participação de boa parte dos alunos? Os quais, sem dúvida, deveriam ser os maiores interessados no melhoramento da UEG. Ou seja, tem alguma coisa errada no planejamento feito até então.

Não fiz questão alguma de participar da paralisação realizada hoje em Goiânia, a qual tinha o objetivo principal de reivindicar as promessas que o governo ainda não cumpriu. Esse ato (público) ficou de antemão conhecido como o Dia R: Dia do Retorno ao Coreto (manifestação no centro da cidade, exatamente no mesmo local em que aconteceu o acampamento e protestos quando a UEG estava em greve).

Bom, tem-se que deixar claro que não se trata de indiferença aos problemas da UEG, que, como sabemos, são muitos. Devemos sim discutir, na própria Universidade, o que está a se passar. Porém, penso que não é com atitudes efêmeras e impetuosas assim, como tal paralisação, que se vai fazer a tão desejosa e merecida diferença. Deveríamos conscientizar primeiramente os próprios alunos e, por conseguinte a população. Pois existe, ainda, um grande sentimento de indiferença na maioria dos alunos, justamente por causa da pouca informação que lhes é dada. Assim sendo, quem se propôs a organizar todo esse movimento de paralisação e/ou quem está mais engajado nessas questões está a pecar nesse aspecto muitíssimo importante.

Pense como deve ser chato para alguns ficar sabendo quase que em cima da hora que se fará uma paralisação do nada. O sujeito já não está de costume a par da situação, imagina a revolta dele ao ficar sabendo de um disparate desse nível. Revolta esta com toda razão. Não é de se espantar que eles não irão apoiar, como também não vão participar disso. Ora, quem se atreveria a defender uma coisa insignificante assim? Dessa forma, aos poucos as paralisações e as greves estão virando sinônimo de férias ou mais tempo livre para descansar em casa. Que planejamento é esse que estar a se fazer?

A Universidade é em essência um ambiente reflexivo. Exijamos o Dia R, como o Dia da Recomposição ou Reestruturação! Caso contráro, pelo andar da carruagem, as coisas tendem a permanecer naquele conhecido dilema: vai resolver o problema ou não? Entendo que, para mudar essa mesmice, devemos mudar nossa estratégia, ou seja, tem de haver realmente uma recomposição, isto significa também uma conscientização, não só dos alunos, mas igualmente daqueles que estão à frente disso tudo. Embora, às vezes estes últimos mais pareçam pessoas em potencial para serem futuros políticos, quero acreditar que eles agirão de modo conveniente, mesmo que essa conveniência signifique uma mudança em suas atitudes, mas sempre em prol dessa Universidade que suplica a ajuda, o sincero auxílio a quem quer que tenha boa vontade em assim fazê-lo.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Legi devus esti malpermesate

El la portugala tradukis mi. Estas teksto de video tre interesa miaopinie. Jen ĝia havaĵo:

20% de la plenkreskuloj de la planedo estas analfabetoj.

75% de la analfabetoj de la mondo estas kunigitaj en nur 12 landoj.

Brazilo estas unu el ili.

Libro estas kiel fenestro. Kiu ne ĝin legas, estas kiel iu kiu restis malproksime de la fenestro kaj apenaŭ povas vidi etan parton de la pejzaĝo. (Kahlil Gibran)

Parolanto:
Pensante pri tio mi opinias, ke legi devus esti malpermesate. Nenio kontraŭ kiu legas, sed estas kelkaj aferoj pri kiuj oni ne dubas kaj legi ne estas bona afero. La legado igas nin nekapablaj elteni la realon. La legado deturnas la homon el sia ordinara vivo kaj enkondukas al nekonvenaj lokoj. Por infano la danĝero estas pli granda, ĉar ĝi povos kreski neregnacia pri la problemoj de la mondo kaj volos eĉ ĝin ŝanĝi. Ĉu eblas imagi tion? Kaj estas alia afero, legi povas stimuli la kreemon. Kaj vi ne volas infanon trompe sin ŝajnantan genieto, ĉu? Krom tio, la legado povas igi homon pli konscia kaj estus vera kaoso se ĉiuj decidus postuli kion rajtas. Naĝi malrapide per la vojoj de la imago nur ĉar ĝi legis bonan libron. Iu eĉ diras, ke legi grandiĝas, sed mi ne konas iun ajn ekzemplon. Ĉu vi volas konsilon? Silentu! Legi nur utilas al la revuloj. La vivo ne estas ludo.
Atentu bone! La legado povas igi homojn danĝere pli humanaj!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Humilde umidade

A umidade relativa do ar estará variando entre 50 a 15 por cento e a temperatura máxima será de 37ºC. Essa é a previsão do tempo para amanhã aqui em Goiânia. Há 100 dias mais ou menos que não se vê um pingo sequer de água cair do céu. Esse clima é tão agonizante que nem ar-condicionado ou ventilador resolveria a situação. Aliás, eles agravariam, pois tornariam o ar mais seco do que já está. O melhor mesmo é o umidificador. Enquanto isso a pele está embranquecendo. É possível até escrever nela com as unhas. De sobra, o calor vem para fechar o pacote climático.

Além da aspereza e o franzir no toque das mãos, curiosamente o calor nos faz suar sem a gente perceber. Mal suamos e a tal da umidade (ou a falta desta) se encarrega, rapidamente, de evaporar o suor, tornando nossa querida pele cada vez mais ressecada e cadavérica. Haja hidratante para disfarçar os estigmas dos cotovelos. E olha que aqui não é um dos piores lugares em relação ao clima nesta época do ano.

No município de Palmas, por exemplo, a situação é mais grave ainda. É o que diz esse site e todo mundo que mora naquele inferninho planejado. Somente hoje a chuva deu o ar (ou melhor, água) da sua graça naquelas terras à beira do rio Tocantins. Eis um relato que recebi esses dias (adaptado) :

Não suporto mais o calor desta planície em que vivo. Falar sobre o clima daqui já não é mais assunto para passar o tempo ou para quando não se tem mais o que conversar. Não dá mais pra agüentar viver assim, meu amigo. Para te poupar deste sofrimento eu te peço: fique onde está ou mude pra outro lugar decente, mas não venha morar aqui. Eu realmente estou farto deste calor infernal. Quero sair daqui. Não vou comprar um imóvel nem vou constituir família aqui.

Cara, o humor das pessoas (e o meu, claro) muda por culpa do calor. Acho que até nossa personalidade muda com o tempo. Irritamo-nos facilmente. Acabamos sendo pessoas mais azedas. Não fazemos o que queríamos por estar quente demais. No final de semana, não saímos antes das 17h. Não namoramos durante o dia e, à noite, abusamos da conta de energia elétrica.

Infelizmente ar condicionado não é para todos. Diariamente respiramos fumaça e ar seco. Nunca há ar condicionado quando saímos à rua. Não temos dinheiro para manter uma "vida normal" com aparelhos respiratórios. Parece um hospital em que os ricos respiram oxigênio em UTI's enquanto os pobres definham em leitos lotados. Por conta desse problema de sobrevivência, sinto-me estimulado a emigrar para o estrangeiro.

PS: Texto escrito numa sala quente, mesmo com ar condicionado, enquanto minha cabeça doía. Estava aéreo, febril e com a certeza de que Palmas não era o paraíso. (Rayllei)

Com isso pode-se ter uma boa idéia do que as pessoas passam e têm que enfrentar em alguns outros lugares deste país. Enfim, é engraçado, mas em Portugal eles escrevem "umidade" com "h". Não sei o motivo, mas não faz diferença alguma usá-lo, assim como o ar condicionado, ventilador, bacia d'água etc...

domingo, 16 de setembro de 2007

Que dia é hoje?

(Texto das antigas...)

Hoje eu me peguei em profunda introspecção. Perdi a noção de tempo e espaço. Até que me senti um tanto quanto livre. Contudo, alguns teimavam em me escravizar, roubar meu momento tão particular. Logo vieram a perguntar sobre um trabalho para quarta-feira, quando iríamos nos reunir, em que local e hora, etc., etc.. A maior parte dessas perguntas era uma incógnita para mim. Comecei a pensar se essas pessoas as quais faziam tais perguntas estavam querendo me prender ou estavam muito mais perdidas do que eu e visualizavam, por algum motivo, em mim, uma fonte segura que os colocariam ou os situariam de modo conveniente e confiável à realidade.

Discretamente eu os perguntava: - Desculpe, mas que dia da semana é hoje? Pronto, aos poucos eu voltava ao normal, isto é, à participação passiva/ativa nessa vida mundana, a essa prisão. Eles conseguiram mais uma vez. Em seguida tive um surto, acabara de esquecer em que dia estávamos. Ó memória! Aliás, nós temos memória? Bom, esquece isso. Não tem nada a ver com o que estou a relatar. Permita-me que eu volte a meu raciocínio antes que eu me esqueça. Pois bem, lá estava eu, perdido, totalmente desorientado. Acho que a culpa disso é toda minha. Não dei a devida atenção àquelas pobres pessoas que tiveram a boa vontade em me ajudar. Inclusive até me disseram em que dia estávamos e nem dei moral. Quanta gratidão! Será mesmo quarta, hoje? Para mim, tudo o que eles tentavam me convencer, era fruto da artificialidade humana, portanto é apenas uma interpretação, um simbolismo passível de erro sobre a realidade. Não quis aceitar aquelas verdades (datas, e dias da semana) na expectativa de não abdicar qualquer outra interpretação que alguém pudesse posteriormente me dizer.

Mas precisava saber que dia é hoje, afinal de contas o trabalho de quarta martirizava meus colegas. De tudo o que me perguntaram nada ficou, a não ser uma sensação de que algo devia ser cumprido. Essa sensação foi a única coisa que pude “lembrar”, talvez por ser o sentimento uma das superficialidades mais humanas, mais intrínsecas, mais fundamentais consegui reter isso em meio à confusão de meus pensamentos. Naquele momento parecia que não era eu quem respondia. Minha linguagem era tão difusa, sem nexo algum. A linguagem verbal dos outros talvez não tivesse tanta penetração em minhas reflexões internas quanto a sutil impressão de medo, de incerteza quanto ao tal trabalho. Talvez, fiz mesmo foi me identificar com a agonia deles, pois sequer sabia que dia é hoje. Ou seja, a incerteza que eu tinha dentro de mim poderia estar feliz em ter encontrado um novo amigo, um novo partidário – quem sabe o “incerto”.

Dessa maneira teria agora um ponto de apoio, um ponto de partida para começar a pensar tudo novamente. A incerteza das datas, mas não só destas, me fizeram questionar todo o resto que refletira já há dias. O mais plausível seria refletir primeiramente sobre o espaço e o tempo. Mesmo que isso significasse desconsiderar todas as outras observações feitas antes. Finalmente decidi tomar uma atitude, então imediatamente e abruptamente indaguei o seguinte ao primeiro indivíduo que percebi à minha volta: - Que dia da semana é hoje mesmo? Perplexo com minha estranha e inesperada pergunta, ele pensou por alguns instantes e respondeu: - Hoje é quinta-feira!

Não queria ser interpretado como um doido. Ora, deixei meu mundo de falsa liberdade para começar uma nova vida, sem mais aquelas oníricas (in)certezas. Logo agi a fim de consertar dizendo a um outro colega: - Nossa! Esse conceito de tempo e espaço criado por nós é uma questão bem intrigante, não? Acho que consegui me sair bem depois dessa dura revelação. Hoje é quinta! Calma aí... Mas que dia do mês estamos? Não, é melhor não forçar a barra. O que interessa é que amanhã é sexta e daqui a seis dias tem um trabalho para entregar. Meu ponto de partida é a quinta. Quinta quina, quem dera, quimera... Agora é só deixar que o resto vá se ajeitando.

Alguma-feira,
Allex Bandeira

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Tudo é comércio − Você quer quanto para ler este texto?

As pessoas compram e vendem de tudo. É sapato, concha, jornal, pedra, órgãos. Enfim, vendem inclusive o conhecimento e até mesmo o tempo. O homem está tão viciado que até com o santo ele também faz negócios. Pede para o santo a realização de um desejo e promete pagar-lhe, caso ele o realize. Alguns mais exaltadinhos já afirmariam aqui, logo de cara, que certas religiões também incorporaram essa idéia comerciante, pois estão trocando milagres pelo dinheiro de seus fiéis.

Bom, nota-se que há fundamentalmente uma relação de troca em todas essas instâncias. Para ficar mais fácil de entender, podemos fazer uma analogia com a comercialização de produtos. Isto é, pouco importa atualmente suas funcionalidades, para que ele serve etc. O que importa é concretização da compra e da venda, não há mais necessidade daquele diálogo com o vendedor para saber pra que o produto serve ou como usá-lo. Alguns nem sabem por que estão comprando. O negócio é comprar. Hoje, esse ato superou a utilidade prática do produto em si.

O que importa é a compra e a venda. Nada mais que isso. Por exemplo, há várias pessoas que compram celulares sem sequer saber suas funções. Tem-se que comprar, porque tudo mundo compra e ponto final. Bom, a grande maioria das reclamações no PROCOM, pra você ter uma idéia, é, por incrível que pareça, resultado do mau uso desses aparelhos e não porque o celular está com problemas. Ninguém lê mesmo os manuais. Por que eles ainda existem? Não sei por qual motivo a indústria ainda insiste em gastar dinheiro com essas coisas. Os produtos ficariam mais baratos, sem dúvida.

Então, por que é tão importante assim espalhar uma ideologia? Já parou pra pensar nisso? Ora, a melhor resposta é porque as idéias não operam no vácuo. Elas precisam de mentes e corpos nos quais podem existir. Elas precisam de pessoas para propagar essas idéias (o capitalismo, o socialismo e até a minha própria análise de que tudo é comércio não existiria sem cabeças pensantes). Quanto mais gente tiver, tanto maior será a influência e poder, logo elas poderão crescer mais e mais. A televisão está por aí cumprindo seu papel social de propagar idéias e valores, e de emburrecer as pessoas.

Nesta sociedade temos tendência a considerar que o prazer individual e imediato é a finalidade da vida. Seremos felizes se e somente se consumirmos. Por favor, não vá contra a essa idéia. Isso pode causar muito sofrimento. E você não quer isso pra sua vida, não é? Contra a subjetividade dos homens ergue-se a objetividade do mundo feito pelo homem e para o homem. Somos coisas, coisamente. Até quando essas artificialidades se sustentarão? “É doce estar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos de mercado.”, já dizia o saudoso Drummond. Enquanto isso, eu estou aqui sem dinheiro no bolso. Desculpe mas hoje não vai dar pra te pagar pela leitura, tá?

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Césio 137 - O pesadelo radioativo

Hoje completa exatamente 20 anos que aconteceu o acidente radioativo com o césio 137 aqui em Goiânia. A história está longe de ter um final, que dirá feliz. Tal elemento químico demora uns 180 anos pra não causar mais danos, vamos assim dizer. É bom a gente não esquecer disto até lá...

En la hodiaŭa tago sumas ekzakte 20 jaroj post la radioaktiva akcidento kun cezio 137 ĉi tie en Goianio. La fino de tiu historio estas tute malproksima, nu, verŝajne ĝi ja ne havas feliĉan. Tiu cezio bezonas 180 jarojn por “harmoniiĝi”. Estas grave ke oni ne forgesu tion ĝis tiu dato almenaŭ...

terça-feira, 11 de setembro de 2007

11 de setembro - Um atrás do outro

Após 6 anos do atentado às torres gêmeas, os EUA fizeram 1 minuto de silêncio em homenagem às vítimas do ataque terrorista da Al-Qaeda. Já Bin Laden divulgou hoje 1 vídeo elogiando um dos autores dos atentados de 11 de setembro. Quanta incompatibilidade, não?

Post 6 jaroj de l' atenco kontraŭ la ĝemelaj turoj, Usono silentis 1 minuton honore al viktimoj de la terorisma atako el Al-Kaida. Kaj Bin Laden disvastigis hodiaŭ 1 videon laŭdante unu el al atakintoj de la 11-a de Septembro. Kia neakordigebleco, ĉu?

sábado, 8 de setembro de 2007

Prezento - La geniuloj pensas papere

Estu bonvenaj! Tiu ĉi estas unua teksto de mia blogo tradukita en esperanton. Iuj el la celoj de tiu ĉi blogo estas instigi la ĉiutagan kutimon skribi (aŭ almenaŭ de tempo al tempo) kaj ankaŭ instigi diskutojn kaj pripensadojn rilate kelkajn temojn. Mi pensas, ke ne estas alia pli bona maniero lerni kiel bone skribi se ni ne kreos aŭ daŭros kutimon meti sur la paperon organizate, logike kaj konvinke kion ni pensas. Nu, scii konvinki la aliulojn ankaŭ estas arto kiu povas esti perfektata!

Bone, pri la nomo elektita al la adreso de l’ blogo (http://introspektanto.blogspot.com), ĝi estas en esperanto kaj signifas “tiu kiu estas introspektante”. Nomo tute kongrua al la celoj supre menciitaj. Incitigi vin al ia analizo rompante paradigmojn kaj al aliaj aferoj estas ankaŭ atingcelo de tiu povra skribanto.

Pri la titolo de tiu ĉi teksto estas pli facile klarigeble. Pensi papere estas unu el la plej bonaj manieroj plifortigi la kreemon, ĉar kiam vi pensas papere via menso kapablas enfokusigi multe pli bone sur iu problemo ol se vi nur sencele kaj vane pensos tiun amason da tejoj ŝajne senorde de nia menso kiu mensogas. Se vi pensas papere, vi povas vidi la vortojn kaj la ideojn multe pliklare.

Do, la unua leĝo de la blogo estos ĝisdatigi ĝin minimume ĉiusemajne. Mi ne multe ŝatas regulojn, tamen, kelkfoje ili fariĝas necesaj. Estas maneiro kiun oni trovis por kontroli nin mem. Ha! Ne hezitu esprimi viajn kritikojn, konsilojn, dezirojn k.t.p.. Estas ilo sube ĝuste por tion fari.

Ĝis la venonta fojo!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Vida social do Frango

(Homenageando o amigo Frango, coloco aqui esse projeto mal elaborado de reportagem. Escrito há alguns meses.)

Antes que alguém pense que este artigo trata-se de um manifesto em favor à causa vegetariana, ao direito dos animais ou a algo parecido, esclareço aos leitores mais desavisados que não é essa a proposta deste pobre escritor que vos fala. Contudo, hei de tratar sobre um outro assunto que também envolve questões sociais, se é que podemos assim definir, a fim de gerar e instigar em vocês, meus leitores, a mesma ou semelhante meditação (ou ponderação), que tive ao conversar com Frango. Meu intuito é de ao menos tentar mostrar de forma sucinta um esboço do pensamento que o Frango tem concernente à reflexão sobre a vida em seus diversos aspectos, principalmente o social.

Vocês ainda devem estar se perguntando o que é ou quem é o Frango. Correto? Acalme-se caro leitor, logo você saberá. E se não está interessado em saber, por que então está lendo isso? Pare por aqui mesmo.

Pois bem, muito se discute sobre o nosso papel na sociedade, ou melhor, os motivos pelos quais nós nos relacionamos uns com os outros, às vezes só com uns e não com os outros, nossas funções neste complexo arranjo social etc., etc.. E discutir isso, ou seja, expor, com bom senso, nossas observações às outras pessoas é de grande importância para que possamos inclusive entender e aprender sobre nós mesmos. Alguém já dizia: “Confessando-me a outro, confesso-me a mim mesmo”.

Em entrevista exclusiva concebida hoje à tarde, 17 de abril, Renato Santos, 18, estudante universitário, mais conhecido como Silvio Santos, embora por vezes também apelidado de Frango (que se deu curiosamente por causa de suposto curso de culinária feito já há algum tempo por nosso entrevistado), nos conta, de maneira bastante sincera e franca, suas observações depois de indagado por mim.

Quando questionado sobre seu círculo de amizades, Frango menciona um dos motivos que lhe fizeram “afastar” dos amigos de sua cidade e optar pela vida de dedicação exclusiva aos estudos. Segundo ele, a dispersão de seus colegas da 8ª série e ainda com seu estudo em Goiânia foi o agravante: “Eu acabei me afastando dos meus amigos aqui porque quando chegou o fim da 8ª série, todo mundo separou! Uns foram estudar em Anápolis, outros em Gyn, alguns ficaram por aqui mesmo! Como quem estuda fora não tem tempo pra fazer mais nada, acabei me distanciando um pouco deles! Eu só queria saber de estudar!”, comenta.

Com a falta de boas escolas e colégios, muitos estudantes preferem procurar outros centros, como é o caso de Goiânia e Anápolis, cidades circunvizinhas a Nerópolis, para se obter um ensino de melhor qualidade. Contudo, aqueles que não têm dinheiro para pagar a mensalidade de colégios particulares ou não se interessam em buscar melhores condições de aprendizagem acabam estudando em Nerópolis mesmo. É interessante lembrar que há muitos estudantes indo todos os dias às cidades vizinhas. O transporte na maioria das vezes é custeado pela própria prefeitura. Sendo esse um outro motivo para a “migração”. Pois sem dúvida é mais fácil investir em transporte do que investir em escolas públicas de boa qualidade à população local.

Enfim, uma outra questão abordada em nossa entrevista foi em relação ao longo período que ele passava em casa, longe dos amigos e privado de lazer. Quando perguntado a que se devia tal fato ele responde: “Deve-se ao fato de que desde quando eu comecei a estudar em Gyn (em 2003) eu só tinha tempo para estudar! Me acostumei com isso e eu sempre tinha uma meta para alcançar: estudar muito para que quando eu passar no vestibular eu poder sair e curtir mais a vida! Eu vivia (e vivo) pra estudar, ficar bem informado, me atualizar! Creio que é por isso que eu não gosto muito de sair!”, acrescenta.

Até que ponto, caros leitores, o trabalho e/ou o estudo interferirá na nossa vida nos tornando menos felizes, nos privando de companhias agradáveis, de nossos amigos, de pessoas que gostamos muito, deixando, assim, dessa maneira, de sermos mais humanos...?

Allex Bandeira

Abril de 2007


Independência do Brasil: instabilidade, insegurança e dependência financeira.

As coisas pioraram por conta de uma ordem vinda de Lisboa para que se realizasse eleições de deputados às Cortes, causando, assim, o que é de costume em nosso país, ou seja, muita agitação política. Algumas províncias até mandaram deputados a Portugal. Mas logo a burguesia portuguesa mostrou seus reais e perversos planos para o Brasil: um projeto constitucional que levaria a uma “recolonização”.

Enquanto isso a maçonaria e a imprensa no Rio de Janeiro já trataram de conquistar o apoio de D. Pedro à nobre causa de independência do Brasil. A maçonaria chegou ao ponto de dar-lhe o título de “Defensor Perpétuo do Brasil” o que, certamente, envaideceu o nosso ilustríssimo Príncipe. Ainda foi feito um abaixo-assinado rogando (suplicando mesmo) sua permanência aqui nessas terras do além-atlântico. Tal documento fez com que ele oficializasse seu desejo de ficar (este episódio é conhecido como o “Dia do Fico” - 09 de janeiro de 1822).

Finalmente, há exatamente 185 anos, neste mesmo dia (07 de setembro), talvez um pouco mais à tarde ou mais cedo não sei, depois de algumas ameaças e conselhos, às margens do rio Ipiranga, para o bem de todos e felicidade geral da nação, D. Pedro proclamou: “Independência ou Morte!”.

Então, é isso que você, eu e todo mundo ao menos precisa saber. Mas é importante frisar que a independência em relação a Portugal não significou uma revolução brasileira. As estruturas sociais e econômicas continuaram a serem as mesmas dos tempos de colônia (latifúndios, escravidão e agro-exportação).

A primeira fase de nossa vida política como independente foi instável e insegura. Os interesses do nosso ex-Príncipe e agora, depois da proclamação, Imperador (que, aliás, era português de nascimento e herdeiro da Coroa portuguesa) entraram em choque com os interesses da elite brasileira. O povão sequer conseguia entender que diabos significava essa tal de independência. Não mudou nada para estes últimos.

Felizmente fomos liberados das amarras que nos prendiam a Portugal para passar espontaneamente à dependência do capital inglês. Diz-se que Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas! E como os processos que culminaram na independência foram extremamente rápidos e fulminantes, D. Pedro não tinha um tostão no bolso, daí não deu outra, acabou pegando dinheiro emprestado da Inglaterra.

Não sei se tem origem histórica aí o costume brasileiro de deixar para fazer tudo na última hora, essa incrível versatilidade e esperteza de dar um jeito em tudo com o pouco que se tem (“quem não tem cão caça com gato”), ou seja, o famoso “jeitinho brasileiro”, só sei que esse hábito ou maneira de viver atravessou os séculos e está mais vivo do que nunca...

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Apresentação - Os gênios pensam no papel

Seja bem-vindo! Este é o primeiro texto do meu blog. Uns dos objetivos deste blog são promover o ato diário de escrever (ou pelo menos com certa periodicidade) e instigar discussões e reflexões sobre alguns temas. Acho que não tem jeito melhor para se aprender a redigir bem se não criarmos e/ou cultivarmos o hábito de colocar no papel de forma organizada, lógica e persuasiva o que pensamos. Afinal de contas, saber convencer os outros também é uma arte que pode ser aperfeiçoada!

Pois bem, quanto ao nome escolhido para o endereço do blog (http://introspektanto.blogspot.com), ele está em Esperanto e quer dizer “aquele que está em introspecção”. Nome bastante pertinente às pretensões expostas acima. O querer incitá-los a alguma espécie de análise rompendo paradigmas e coisa e tal é também um alvo a ser alcançado aqui por este pobre escritor.

Já o título deste texto é bem mais fácil de explicar a razão de sua escolha. Pensar no papel é uma das melhores maneiras de desenvolver a criatividade, porque quando você pensa no papel a sua mente é capaz de focar muito melhor no problema do que você apenas vagasse a esmo pelo emaranhado de teias aparentemente sem ordem na mente que mente. Quando você pensa no papel você pode ver as palavras e as idéias de modo mais claro.

Então a primeira regra do blog será atualizá-lo pelo menos uma vez por semana. Não gosto tanto assim de regras, entretanto às vezes elas se fazem necessárias. É uma maneira que a gente encontrou para nos policiar. Ah! Não tenham receio em expressar suas críticas, dicas, anseios, sugestões etc. Tem uma paradinha aí em baixo pra isso!

Até a próxima!