quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Dia R - Dia do Retorno ao Coreto?


Não se constrói um prédio em um dia, muito menos uma Universidade. É ingenuidade nossa achar que as coisas irão mudar da água para o vinho, assim como se muda de roupa ou de canal. Se quisermos ver crescer algo duradouro, temos primeiramente que elaborar um bom projeto a começar do fundamento ou base, isto é, no caso da Universidade, do que diz respeito aos alunos. Estes são também os edificadores e construtores de uma Universidade de qualidade. Que adianta órgãos representativos como o DCE, DA e CA se não há comprometimento e participação de boa parte dos alunos? Os quais, sem dúvida, deveriam ser os maiores interessados no melhoramento da UEG. Ou seja, tem alguma coisa errada no planejamento feito até então.

Não fiz questão alguma de participar da paralisação realizada hoje em Goiânia, a qual tinha o objetivo principal de reivindicar as promessas que o governo ainda não cumpriu. Esse ato (público) ficou de antemão conhecido como o Dia R: Dia do Retorno ao Coreto (manifestação no centro da cidade, exatamente no mesmo local em que aconteceu o acampamento e protestos quando a UEG estava em greve).

Bom, tem-se que deixar claro que não se trata de indiferença aos problemas da UEG, que, como sabemos, são muitos. Devemos sim discutir, na própria Universidade, o que está a se passar. Porém, penso que não é com atitudes efêmeras e impetuosas assim, como tal paralisação, que se vai fazer a tão desejosa e merecida diferença. Deveríamos conscientizar primeiramente os próprios alunos e, por conseguinte a população. Pois existe, ainda, um grande sentimento de indiferença na maioria dos alunos, justamente por causa da pouca informação que lhes é dada. Assim sendo, quem se propôs a organizar todo esse movimento de paralisação e/ou quem está mais engajado nessas questões está a pecar nesse aspecto muitíssimo importante.

Pense como deve ser chato para alguns ficar sabendo quase que em cima da hora que se fará uma paralisação do nada. O sujeito já não está de costume a par da situação, imagina a revolta dele ao ficar sabendo de um disparate desse nível. Revolta esta com toda razão. Não é de se espantar que eles não irão apoiar, como também não vão participar disso. Ora, quem se atreveria a defender uma coisa insignificante assim? Dessa forma, aos poucos as paralisações e as greves estão virando sinônimo de férias ou mais tempo livre para descansar em casa. Que planejamento é esse que estar a se fazer?

A Universidade é em essência um ambiente reflexivo. Exijamos o Dia R, como o Dia da Recomposição ou Reestruturação! Caso contráro, pelo andar da carruagem, as coisas tendem a permanecer naquele conhecido dilema: vai resolver o problema ou não? Entendo que, para mudar essa mesmice, devemos mudar nossa estratégia, ou seja, tem de haver realmente uma recomposição, isto significa também uma conscientização, não só dos alunos, mas igualmente daqueles que estão à frente disso tudo. Embora, às vezes estes últimos mais pareçam pessoas em potencial para serem futuros políticos, quero acreditar que eles agirão de modo conveniente, mesmo que essa conveniência signifique uma mudança em suas atitudes, mas sempre em prol dessa Universidade que suplica a ajuda, o sincero auxílio a quem quer que tenha boa vontade em assim fazê-lo.

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